Se você vive em cidades litorâneas ou tem um negócio próximo ao mar, é natural que surja uma dúvida bastante comum: o inox enferruja com maresia? A resposta não é tão simples quanto um “sim” ou “não”, mas está diretamente ligada ao tipo de aço inox utilizado, à sua composição química e à forma de manutenção.
Por isso, leia esse texto até o fim para entender se o inox enferruja com maresia.
Antes de falarmos especificamente sobre o inox, é importante entender o que é a maresia. Ela nada mais é do que uma névoa formada por partículas de água do mar em suspensão, carregadas de sais – especialmente o cloreto de sódio (o sal de cozinha).
Essas micropartículas, quando em contato com superfícies metálicas, aceleram os processos de corrosão, pois facilitam a penetração da umidade e dos sais nas camadas mais externas dos materiais. O resultado? Oxidação, manchas, perda de brilho e até ferrugem em casos extremos.
Explicado o que é a maresia, fica a pergunta: mas por que o sal oxida o aço?
O processo de oxidação do aço – também conhecido como corrosão – ocorre quando o ferro (Fe) reage com oxigênio (O₂) e água (H₂O), formando óxidos, como a ferrugem. Mas quando há cloreto de sódio (sal) no ambiente, esse processo se intensifica.
Os íons cloreto (Cl⁻), presentes no sal e na maresia, são extremamente agressivos. Eles conseguem penetrar ou danificar essa camada passiva, principalmente em ambientes úmidos e quentes, como os litorais. Ao fazer isso, o cloreto expõe o material base e dá início à corrosão localizada, como o pitting (corrosão por pontos).
A presença de sal na água aumenta sua condutividade elétrica. Isso significa que a água salgada é mais eficiente para conduzir elétrons, o que favorece as reações eletroquímicas da corrosão.
Outra característica do sal é que ele é higroscópico, ou seja, absorve e retém a umidade do ar. Quando há sal depositado na superfície de um metal (como acontece com a maresia), essa umidade constante mantém o ambiente ideal para a corrosão agir 24 horas por dia, mesmo que o clima pareça seco.
Logo, no aço comum, essa combinação de oxigênio, água e sal cria um ambiente perfeito para acelerar a ferrugem. Já no inox, o cloreto age como um “inimigo infiltrado”, comprometendo a integridade da proteção natural que o cromo proporciona. Vamos falar mais sobre isso.
O aço inox é amplamente conhecido por sua resistência à oxidação. Isso ocorre graças à presença do cromo em sua composição, que forma uma camada passiva de óxido de cromo (Cr₂O₃) na superfície do metal, impedindo o contato com agentes corrosivos.
Contudo, existem diversos tipos de inox, com variações na composição química. E é aí que está o ponto-chave da resposta: alguns tipos de inox são mais suscetíveis à corrosão pela maresia do que outros.
Vamos aos principais:
Essa é uma liga da família ferrítica, bastante utilizada em ambientes internos e com baixo custo. Apesar de ter resistência ao calor e ser amplamente usada em cozinhas e eletrodomésticos por ter resistência considerável à corrosão, não é indicada para ambientes com maresia.
O tipo 304 é da família austenítica e possui boa resistência à oxidação em ambientes urbanos e industriais. No entanto, em regiões com maresia intensa, ele pode sofrer corrosão, sobretudo se estiver muito próximo da praia ou em constante contato com água salgada.
Se a sua aplicação é próxima ao mar, o aço inox 316 é o mais recomendado. Ele contém molibdênio, um elemento que aumenta significativamente a resistência à corrosão por cloretos (presentes na maresia). É o tipo mais usado em navios, plataformas marítimas, fachadas de prédios litorâneos, piscinas, entre outros.
Além de escolher a liga correta, a manutenção preventiva é fundamental para prolongar a vida útil do aço inox, mesmo nas versões mais resistentes. Abaixo, listamos boas práticas:
Muitas vezes, o que parece ser uma economia pode se transformar em prejuízo. Um equipamento, uma peça arquitetônica ou uma estrutura fabricada com inox inadequado para a maresia terá vida útil reduzida, exigirá manutenção constante e comprometerá a estética e a segurança do ambiente.
Investir em inox 316 ou solicitar o suporte de especialistas para definir o tipo de aço correto evita retrabalhos e aumenta o custo-benefício a médio e longo prazo. É por isso que fabricantes sérios e comprometidos com qualidade oferecem orientação técnica, ficha de materiais e assistência para aplicações em áreas litorâneas.
Sim, aguenta — quando o tipo correto é especificado para o projeto. Aqui na Projinox, somos especialistas em soluções inox sob medida, inclusive para regiões litorâneas e ambientes agressivos. Utilizamos ligas adequadas, como o inox 316, para diversas aplicações.
Portanto, sim, o inox pode enferrujar com maresia, especialmente se for o tipo errado ou mal-conservado. Mas, com a escolha da liga certa, como o inox 316, e uma manutenção adequada, é possível usar inox com segurança e longevidade até nas cidades mais próximas do mar.
Se você está planejando uma obra, reforma ou instalação em área litorânea, busque orientação técnica.