O aço inoxidável, conhecido popularmente como inox, faz parte do nosso dia a dia de muitas maneiras: em talheres, equipamentos hospitalares, fachadas de prédios, cozinhas industriais, indústrias químicas, plataformas de petróleo e muito mais. Mas você já parou para pensar como esse material chegou ao Brasil e como se consolidou por aqui?
Antes de falar da história no Brasil, vale lembrar dar uma revisada no porque o inox é tão importante. O inox é uma liga de ferro com, no mínimo, 10,5% de cromo em sua composição, o que cria uma camada passiva de óxido de cromo na superfície e confere resistência à corrosão.
Inventado na Europa no início do século XX, o inox revolucionou a indústria mundial por ser durável, higiênico, resistente e com aparência moderna. Com o nome de stainless steel (algo como aço sem mancha), foi oficializado por essas terras tupiniquins como aço inoxidável. Um pouco diferente, mas que caiu no gosto popular.
De forma bem resumida, a descoberta do inox é atribuída a Harry Brearley, um metalurgista inglês, em 1913. Enquanto trabalhava em um projeto para melhorar a resistência ao desgaste dos canos de armas de fogo, ele percebeu que uma liga de aço com cerca de 12–13% de cromo não enferrujava facilmente quando exposta ao ar e à água.
Essa descoberta marcou o início da era do inox no mundo, um material.
O aço inox começou a ser utilizado no Brasil por volta da década de 1930 e 1940, inicialmente importado da Europa para atender demandas específicas.
Nos primeiros anos, o inox era considerado um material caro e de uso limitado, reservado para aplicações de alta exigência, como equipamentos médicos, indústrias químicas, e sobretudo, em refinarias de petróleo. Um dos primeiros usos no país foi em instrumentos cirúrgicos, já que as propriedades higiênicas e anticorrosivas eram ideais para a área da saúde.
Com o tempo, a indústria alimentícia e a construção civil também passaram a explorar o material.
A partir da década de 1940 e, sobretudo, nos anos 1950, a política de industrialização adotada pelos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek impulsionou fortemente a demanda por aço no Brasil. Nessa época, o país já havia consolidado a produção nacional de aço, com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em 1941, e iniciado a extração de minério de ferro por meio da estatal Companhia Vale do Rio Doce, fundada em 1942.
Foi também nesse período que nasceu a Acesita (Aços Especiais de Itabira, hoje Aperam), que se especializou justamente em ligas especiais e marcaria o desenvolvimento do inox no País.
Na década de 1970, a Acesita passou a produzir, em solo brasileiro, as ligas de aço inoxidável em escala industrial, reduzindo a dependência de importações e tornando o material mais acessível.
O desenvolvimento dessa indústria possibilitou a expansão do inox para diversos setores: cozinhas industriais, arquitetura, indústria automobilística, ferroviária e naval, entre outros.
Foi também nesse período que despontaram grandes profissionais do setor, como o fundador da Projinox, que começou sua trajetória como soldador de inox nos anos 1970. Ainda muito jovem, assumiu o cargo de encarregado de produção, impulsionado por sua criatividade e por uma visão inovadora que trouxe soluções para otimizar a fabricação de produtos em aço inox — mesmo se tratando de um material relativamente novo no mercado brasileiro naquela época.
Com a produção interna consolidada, o uso do inox se popularizou. Nas décadas de 1980 e 1990, vimos cada vez mais aplicações: de utensílios domésticos a obras de arte urbanas, passando por grandes projetos de engenharia.
O inox também ganhou espaço nas indústrias de petróleo e gás, em plataformas marítimas, graças à sua resistência à corrosão mesmo em ambientes agressivos. Na arquitetura, ele passou a ser símbolo de modernidade e sofisticação.
A antiga Acesita, hoje Aperam, especializou-se na produção de aço inoxidável, tornando-se a única fabricante desse material no Brasil e em toda a América Latina. Atualmente, o país figura entre os maiores mercados consumidores de inox da região, com uma cadeia produtiva bem estruturada que abrange desde a extração do minério até a fabricação e transformação do aço.
Nos últimos anos, o inox também tem se destacado como uma escolha sustentável: ele é 100% reciclável, tem longa vida útil e contribui para reduzir custos de manutenção e impacto ambiental.
No contexto atual, com a crescente preocupação ambiental e busca por soluções duráveis e ecológicas, o inox continua sendo uma das principais apostas em setores como energia, mobilidade elétrica, construção e saúde.
O Brasil tem se mostrado um país estratégico na produção e no consumo de inox. Grandes obras de infraestrutura, hospitais, laboratórios, indústrias e até pequenas empresas utilizam o material como parte essencial de suas operações.
Além de empresas como a Aperam, que abastecem o mercado interno e externo, o país conta com uma ampla rede de transformadores e fabricantes especializados, que desenvolvem soluções sob medida para diferentes demandas.
Nesse cenário de crescimento e consolidação do mercado do aço inox no Brasil, a Projinox se destaca como uma das empresas que têm contribuído para o desenvolvimento do setor. Afinal, a empresa carrega toda a experiência e o conhecimento de seu fundador, que começou a trabalhar com inox justamente quando o material ainda era uma novidade no país.
Além disso, a Projinox também investe na educação e na disseminação de conhecimento sobre o material. Um exemplo disso é a criação do canal Papo de Inox que vem popularizando informações técnicas e práticas sobre o inox, tornando o tema acessível tanto para profissionais do ramo quanto para o público em geral.
O Papo de Inox também preparou uma série especial sobre a Jornada do Inox, explorando desde o desenvolvimento do material até suas aplicações atuais. A série inclui ainda um capítulo dedicado à história do inox em parceria com o Museu do Inox, resgatando fatos marcantes e curiosidades sobre essa trajetória.